Covilhã, Castelo Branco, 10 Out (Lusa) - A governadora civil de Castelo Branco defendeu hoje que a ida de polícias a um sindicato para obter informações sobre eventuais protestos durante a visita do primeiro-ministro à Covilhã é um procedimento "habitual e rotineiro", negando ter sido intimidatória.
Em declarações à Agência Lusa, Maria Alzira Serrasqueiro afirmou que "é habitual nestas situações" a PSP procurar informações sobre os locais e as ruas para onde estão previstas manifestações e que foi com esse objectivo que os polícias contactaram o Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC).
O SPRC decidiu apresentar queixa relativamente à visita de agentes da PSP à delegação do sindicato na Covilhã, classificando a acção como "intimidatória" e "deplorável", alegando que os polícias pediram informações sobre os protestos e alertaram para o uso de linguagem que não fosse atentatória da integridade pessoal.
"O sindicato levantou questões de intimidação e rusgas, mas neste distrito, como no resto, não está em causa o direito à manifestação", frisou Maria Alzira Serrasqueiro, sublinhando que é "abusivo o que os sindicalistas estão a transmitir para a comunicação social".
A governadora civil declarou que os agentes da PSP se limitaram a passar pela sede do sindicato para apurar quais os locais onde estavam previstos os protestos porque ainda não tinham a confirmação oficial de que a manifestação tinha sido autorizada.
"É uma actividade rotineira da PSP, foi uma conversa normal", garantiu a mesma responsável.
Maria Alzira Serrasqueiro afirmou ainda que não acredita em rusgas nem em perseguições.
"Sendo governadora civil sou responsável neste distrito pela coordenação das polícias e posso dizer que não seria a PSP que iria impedir o sindicato de se manifestar, não é esse o espírito. Não houve nenhuma ordem nesse sentido", salientou.
A denúncia do SPRC levou o ministro da Administração Interna a instaurar um processo de averiguações para apurar os factos ocorridos na Covilhã e suscitou reacções por parte do Sindicato dos Profissionais de Polícia que considerou que a PSP está a ser "o bode expiatório da hostilidade dos sindicatos para com o primeiro-ministro".
O secretário-geral da CGTP-IN, Carvalho da Silva, classificou a visita dos agentes policiais à sede sindical dos professores como "um atentado claro e inequívoco à democracia".
RCR.
Lusa/fim
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